Todo guarda-roupa profissional tem “escalas de formalidade”: podem ser formais, semi-formais, casuais ou esportivos.
Quem trabalha em banco, em mercado financeiro, no poder judiciário e afins (tipo isso), tem dresscode formal. Os meninos nesses ambientes de trabalho estão sempre de terno: calça e paletó no msmo tecido + gravata. O que importa aqui é fazer conjuntinho. Se eles estão assim, a gente fica equivalente se usa tailleur, terninho ou vestido com paletozinho que combina, no mesmo tecido. Esse é o dresscode mais complicado (porque enjoa!), mas também o menos comum hoje em dia, com a onda de informalização. Veja:
O dresscode semi-formal é o que desce um degrauzinho na escala da formalidade, e aparece em multinacionais, escritórios que lidam com clientes corporativos, escritórios de direito mais jovens (e sem tantas reuniões / audiências).
É quando os meninos usam calça social, camisa e paletó – mas esse paletó não faz conjunto com a calça e pode ser feito em outro tecido (não precisa de gravata também). O que faz a diferença pras meninas é exatamente o paletó, que pra gente funciona como a terceira peça (rá!): nesse ambiente profissional as meninas sempre têm que ter paletozinho, jaqueta, cardigan, colete ou capinha – é a terceira peça a responsável por acrescentar formalidade! Olha só:
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OBS: o terceiro look lá de cima eu não recomendo, pelo comprimento da saia, se ela estiver no joelho, ou 2 dedinhos acima, tudo bem. |
Há também o dresscode casual. Nesse os meninos usam calça social e camisa, e é nesse que é mais legal fazer a equivalência pras meninas! Se os meninos tão de camisa (e não de camiseta), eles têm gola. A gente adapta essa gola pro nosso look pra alcançá-los em formalidade, e usa camisa também – com saia, por baixo de salopete/jumper, em forma de vestido chemisier – ou “substitui” a gola por um outro elemento: um colar bacana, um lenço, um broche que emoldure o decote, um cardigan amarrado no pescoço. Tem que ter aspecto de quem se preocupa com a imagem que passa, de “não saí de casa só de calça e camiseta”.
E daí vêm os sortudos das agências, da fotografia, das artes, da arquitetura (que visita obras) e mais: os que usam dresscode esportivo. É o mais informal de todos, em que conforto e praticidade aparecem primeiro no look. Pode ser também o que gera mais dúvidas, por conta de tanta liberdade: na dúvida, é bom pensar em quem a gente vai ver/encontrar/visitar durante o dia.
Também é válido pensar em que posição a gente quer assumir (na vida): tipo no ambiente esportivo, se vestir como casual já diferencia. O dresscode esportivo é o único em que o jeans e liberado, pelo menos tecnicamente: na prática a gente sabe que não é tão assim!
As vitrines oferecem jeans super ótimos pro guarda-roupa profissional de todos esses dresscodes (menos pro formal que não pode mesmo, gente). Calças jeans cortadas e modeladas como alfaiataria, com costuras finas, bolsos retinhos, sem lavagens e sem detalhes super esportivos, podem acompanhar essas fórmulas – dependendo de onde se trabalha! Tem que ter o jeans do trabalho, especial pra isso – e diferente do jeans de fim de semana!
“Quando você modela com sensibilidade a sua imagem para adaptar-se ao ambiente profissional em que trabalha, não só se sente mais confiante – o que melhora sua performance e seus relacionamentos de trabalho, mas também faz avançar suas chances de impor o respeito e a confiança que merece”(
Toby Fischer-Mirkin).
Cada ambiente profissional demanda ‘preocupações’ diferentes de cada um: advogados precisam transmitir credibilidade, empresários precisam transmitir confiança, criativos precisam ser criativos (hahahaha!). E de quem trabalha em assessoria de imprensa se espera habilidade pra se relacionar e pra se comunicar, rapidez pra ‘fazer a coisa acontecer’, segurança pra frequentar/conduzir situações diversas. E só tem valor transmitir isso tudo quando a gente tá se sentindo, acima de tudo, bem linda.
O que tem que se destacar no trabalho é o trabalho em si, a capacidade profissional de cada um – depois nossas personalidades incríveis e nossa beleza aparecem e acrescentam.
Se você não trabalha com moda, infelizmente não dá pra ir pro trabalho com as últimas tendências. O que vai poder é usar algo que remeta a uma tendência atual. Por exemplo:
Experimente usar as ankle boots, ou um oxford legal com seu terninho preto, e um broche legal na lapela. Pronto, está antenada, mas de acordo com o ambiente de trabalho.
Se você está a fim de um colega de trabalho, nem pense em ir de tomara-que-caia, ou de saia com fendas pro trabalho. Roupas como essa só vão denunciar que você não leva a sério o seu trabalho, e tudo que quer é desfilar seu guarda-roupa pelo escritório. Marque com o gato de se mostrar fora do escritório.
Primeiro a gente se mostra capaz, se mostra confiável e competente, pra só então, de um jeitinho bem natural e não-agressivo, a gente se mostrar bonitinha também (e descolada, e antenada, e cuidadosa, e elegante, etc etc etc).
Qualquer coisa que ‘apareça’ antes (ou mais) que a nossa capacidade não agrega valor profissional à imagem: perna demais, decote demais, roupa justa demais, maquiagem demais (ou super de menos!), acessórios malucos e barulhentos e desastrados… tudo tem que ‘estar’ pensado pra caber no ambiente de trabalho. Se não cabe, deixe em casa.
A pele e o cabelo têm que estar bem tratados, as peças têm que ter aparência de qualidade e manutenção em dia (sem manchas, sem furinhos, sem fios puxados e tals), as unhas têm que estar cuidadas… tudo conta.
Recebi um e-mail com algumas dicas de como se vestir no trabalho atribuídas a Christian Pior, do Pânico na TV. A gente nunca sabe se a fonte é verdadeira, mas, de qualquer forma, vale a leitura:
Barriga de fora
Neste caso, só é válido se você for dançarina do ventre ou do É o Tchan! (que nem existe mais, eu acho). Só que, como você não trabalha no meio musical e sim em uma multinacional (adoro este nome, acho poderoso), evite o modelo que evidencia além da conta.
Por quê?
A. Todo mundo sabe que você tem umbigo. Mostrar para quê se não é nenhuma novidade? Acredite: o seu umbigo não é especial e nem essencial à humanidade.
B. Se você está fora de forma, com barriga de quem come ‘dobradinha’, por favor criatura, tenha bom senso. Nada de exibir suas adiposidades para colegas e chefes na empresa, afinal é uma empresa muito chique, não um açougue.
Saias esvoaçantes, transparências e decote profundo
Pára tudo e chama a Nasa! Gente, como diria o filósofo (aquele que não sei o nome), “a vida não é um show de banda Calypso, você não entendeu?”. Saias tipo “Sarajane” (joga no Google), transparências que “dão pra contar os seus poros” e decotes “que fazem com que os boys percam a pouca concentração que têm” são inimigos cruéis do bom gosto no local de trabalho.
Saias
A. Se usar saia curta ou esvoaçante, seus colegas masculinos podem até achar bonito e divertido, mas depois querida, você será jogada na fogueira das fofocas e será alvo de piadinhas na empresa. E isso arde, filha, ah se arde!
B. Na empresa, acho chique meia calça (hoje tem de todos os tipos, mas não vá de arrastão, né) com saia até a altura dos joelhos (JOELHOS VIU?!)
Transparência nem na alma
Tem umas “perturbadas” que se deixar vão de baby-doll se sentindo “o último brownie da doceria de luxo”, e na verdade são a “décima bolacha de água e sal no pacote de biscoitos na loja de R$ 1,99”. E mulher muito oferecida desperta a raiva, a inveja, e o ódio de outras. E quando puxarem o seu persa, querida…
Decotes profundos e fendas
Gente, nem Jessica Rabbit usava aquilo 24 horas! Toda mulher quer se sentir linda, gostosa e tal, mas se você realmente for, naturalmente vão perceber. Sensualidade vem de dentro, não de fora. Depois, se um cliente avançar o sinal, quero ver a sua cara. Sabe por que querida? As roupas falam… Umas até berram!
Acessórios
Aí, no caso, você poderá ousar (pouco, viu?) nos acessórios. Em uma bolsa poderosa (nunca economize em uma bolsa), em um sapato alto poderoso, enfim… Pense nas vilãs de novela. Estão sempre impecáveis, menos a Nazarett, personagem brega vilã, de Renata Sorrah. Acessórios em excesso e barulhentos, brincos que brigam com os cabelos, colares imensos (cuidado com os dourados, viu? Poucas pessoas sabem usar), brincos de pena, bijuterias ‘bicho grilo’, não, não e não!
Acho lindo mulher com anel de aço. Poderoso, único. Pérolas são eternas e nunca fazem feio. Piercing só se você for Diretora de Arte de uma agência de publicidade, com direito a muitos leões ganhos em Cannes.
Sexta-feira básica
O “à vontade” é um prato cheio para o povo cafona. Jeans rasgado, tênis de 1991, camiseta lascada que nem para dormir serve, mini-saia, enfim… Meninas, invistam em uma camiseta branca ou preta lisa, um jeans reto 501. Fica tão lindo, mas que a camiseta seja nova, né?!
Meninas de Jeans 501, uma bata romântica com detalhes (adoro), um salto poderoso e um casaquinho seco para o fim do dia (sempre esfria, né?). Ah, bata muito transparente, não… E se os seus colegas de trabalho disserem que você está linda, mesmo assim, tome cuidado. Eles preferem as mulheres nuas, já que quanto menos roupa melhor! Eles amam decotes.
Experiência: Uma vez eu estava no metrô em Nova Iorque e vi uma menina com estampa do Snoopy, jeans seco reto preto, salto alto poderoso, bolsa tipo Balenciaga (joga no Google), óculos tipo Ray Ban, e rabo de cavalo. Na mão uma garrafinha de água mineral! Ovulei!
Piranha de cabelo
Aviso: Piranha de cabelo no cós da calça é a coisa mais feia do mundo. Piranha no cós é a “pochete das mulheres”. É feio, horroroso.
Maquiagem
Maquiagem pesada e acessórios além da conta. Você é uma drag queen? Ou um personagem da música da cantora Simone: “Então é natal”?
Gente, make up carregado é uma coisa séria. Tem mulheres que fazem uma verdadeira “pintura espírita” no rosto. Sombra que orna com a roupa, não. Glitter durante o dia, não. Gloss que escorre feito óleo na boca, não. Massa corrida, tipo, cara bem branca, com corretivo, base e muito pó, não. Sombra preta de dia, não. Batom com cores new wave (rosa-cheguei-com-tudo, roxo-tang-uva e laranja-dói-meus-olhos), não pode!
Make up ‘vamp’, tipo ‘hoje a noite vou usar cinta liga’, também não. Acho chique um corretivo para disfarçar olheiras e espinhas, um pó leve para controlar a oleosidade e um batom cor de boca.